Sonora Brasil inicia no próximo domingo (20) em Joaçaba

Com o tema “Sonoros Ofícios – Cantos de Trabalho”, o Sonora Brasil Sesc chega a Santa Catarina em novembro, trazendo grupos do Nordeste e do Sudeste, que apresentam a música como expressão de atividades laborais do campo e da cidade. Três deles representam formas tradicionais relacionadas a trabalhos rurais: Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa, de Alagoas; Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente, da Bahia; e Quebradeiras de Coco Babaçu, do Maranhão; já o Grupo Ilumiara, de Minas Gerais, é formado por músicos pesquisadores de diversas vertentes do tema.

Em Joaçaba, os espetáculos iniciam no próximo domingo (20), às 20h, no Teatro Alfredo Sigwalt com a seguinte programação:

Domingo (20/11) – Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL)

Segunda-feira (21/11) – Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente (BA)

Terça-feira (22/11) – Ilumiara (MG): 22/11

Os cantos de trabalho são, na maioria das vezes, uma prática coletiva e podem cumprir funções diferenciadas, de acordo com as características do trabalho ao qual estão relacionados e com os determinantes culturais e sociais de cada região ou localidade. Normalmente entende-se que o papel de aliviar o desgaste físico e aumentar a produtividade é preponderante, mas também pode servir como modo de externar o lamento e a crítica.

O grupo Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL) é formado por cinco mulheres da região de Sítio Fernandes, município de Arapiraca e por Nelson Rosa, mestre de coco de roda. Os cantos das destaladeiras são entoados em várias vozes, com uma só voz no improviso dos versos tirado pelas líderes do salão. São em forma de trovas rimadas e têm como característica serem arrastados e sem acompanhamento instrumental.

Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente (BA) é um grupo formado por seis mulheres e dois homens da região de Valente. O repertório das cantadeiras, entoado em grupo durante a produção do artesanato, é formado por cantigas conhecidas desde a infância e outras de uma memória mais recente. Já o aboio “pé duro” é a ferramenta de trabalho dos aboiadores e as toadas são sua companhia das horas de descanso no campo.

O grupo Quebradeiras de Coco Babaçu (MA) é formado por oito mulheres que trabalham na quebra do coco babaçu e também exercem um importante papel de liderança na defesa e valorização do trabalho das quebradeiras. São cânticos entoados com voz firme e potente, e marcados pelo ritmo do machado e do porrete. As letras refletem uma postura crítica e questionadora diante das condições de vida das trabalhadoras.

Formado por cinco músicos pesquisadores de diversas vertentes do tema, o grupo Ilumiara (MG) é único que não está relacionado a uma prática da tradição. O grupo traz em seu espetáculo a contextualização histórico-social dos cantos de trabalho no Brasil e interpreta vissungos, cantigas de ninar, canto de lavadeiras, entre outros, em arranjos elaborados a partir de uma visão estética contemporânea.

A mostra dedicada aos cantos de trabalho integra a 18ª edição do Sonora Brasil – Formação de Ouvintes Musicais, projeto nacional do Sesc, que tem a proposta de despertar um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão de música no país. A ação possibilita às populações contato com a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pelo Sesc, visando à formação de plateia. O biênio 2015/2016 tem como temas “Cantos de trabalho” e “Violas Brasileiras”, que circulou pelo Estado em 2015. O Sonora Brasil promoveu no ano passado 430 concertos em mais de 120 cidades brasileiras. Todas as apresentações são essencialmente acústicas, valorizando a qualidade sonora das obras e de seus intérpretes.

CRONOGRAMA MOSTRA SONORA BRASIL EM JOAÇABA

Destaladeiras de Fumo de Arapiraca e Mestre Nelson Rosa (AL): 20/11

Cantadeiras do Sisal e Aboiadores de Valente (BA): 21/11

Ilumiara (MG): 22/11

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