O Ministério Público está apurando diversas irregularidades na prova do concurso para soldado do Corpo de Bombeiros, realizada no final do mês de setembro. O MP solicitou informações ao comando do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina e a empresa Objetiva Concursos.
As representações dão conta de supostas irregularidades na etapa da realização das provas objetivas. Os representantes alegaram que não houve verificação do pacote de provas, muito menos o registro por testemunhas de que se encontravam lacrados até a entrega aos candidatos, inclusive na cidade de Araranguá, o pacote de prova estava violado na entrega, sendo informado pelo fiscal de sala ao tenente do Corpo de Bombeiros.
“Em diversas cidades, os candidatos marcaram no cartão resposta, antes mesmo de receberem os cadernos provas, as cores que lhe diziam respeito, aparentemente todos nas cores vermelha (maioria) e azul, o que teria induzido os fiscais de sala a fornecerem a cor de opção (escolhida antecipadamente) e não aquelas que efetivamente lhes seriam entregues”, aponta o Ministério Público. “Tal situação representaria indícios de fraude no certame, em razão da escolha do caderno feita pelos candidatos, e leva a crer na venda indevida de gabaritos, inclusive com registro em áudio de aplicativo de mensagem instantânea (WhatsApp) fazendo constar a prática desse “vazamento” de gabarito”, acrescenta a promotora de justiça, Anelize Nascimento Martins Machado.
“Ainda que o preenchimento suspostamente equivocado das cores do caderno de prova, embora tenham acarretado na desclassificação de alguns candidatos, vez que o preenchimento correto do cartão resposta é de responsabilidade do candidato, ainda assim, muitos outros não sofreram qualquer penalidade, senão privilégio de optar pelo tipo de prova, o que representa a violação a isonomia que deve reger o certame”, descreveu a promotora em seu pedido. Também há registro de um candidato que solicitou uma prova de determinada cor para o fiscal, alegando que preencheu o cartão resposta erradamente.
A falta de preparo da equipe de fiscais contratados e a completa desorganização da banca organizadora, também são apontadas pelo MP, pois na saída ao banheiro, que deveria ser individual, ocorria simultaneamente com 2/3 candidatos, sendo que nos sanitários foi possível verificar que os candidatos, além de levarem “cola” junto ao corpo, conversavam sobre a prova.