Uma mulher de 34 anos foi encaminhada nesta terça-feira (19) ao Presídio Regional de Tijucas, na Grande Florianópolis, suspeita de matar o próprio pai, de 64, e enterrá-lo no jardim de casa em São João Batista, na mesma região. Segundo a Polícia Civil, ela confessou em depoimento o crime e disse que foi vítima de abuso. A polícia não divulgou os nomes dos envolvidos a pedido da família.
Ossada
A investigação começou em março deste ano, quando outra filha da vítima foi à delegacia de São João Batista. “Ela disse que possivelmente seu pai estaria enterrado no jardim da antiga residência [dele]. Acionamos o Instituto Geral de Perícias para escavar a ossada”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Vinícius Benedet Brandão.
Segundo o delegado, a filha que fez a denúncia ouviu um parente do Rio Grande do Sul contar que a suspeita havia comentado que matou e enterrou o próprio pai. A filha que fez a denúncia disse à polícia que o relacionamento entre a suspeita e a vítima era conturbado e que a mulher já teria agredido o pai na rua na presença de testemunhas.
Mudança
Enquanto o crime era investigado, a suspeita se mudou para o Rio Grande do Sul. Ela foi presa na segunda (18) em uma casa na cidade de Sapiranga, em uma ação que teve apoio da Polícia Civil gaúcha.
“Ela se mostrou uma pessoa muito fria”, disse o delegado sobre o depoimento da mulher. “Não se mostrou arrependida. Disse que o relacionamento não era bom com o pai e que foi vítima de abuso, mas não disse qual. Foi bem vaga. Basicamente confessou, disse que arrastou o corpo do pai com um lençol e o enterrou”, afirmou o delegado.
No depoimento, a suspeita não disse como teria cometido o homicídio. “Acreditamos que tenha sido por asfixia, que ela tenha colocado um saco na cabeça dele. Achamos a cabeça com um saco quando desenterramos [a vítima]”, disse o delegado. “Acreditamos que o crime tenha acontecido em setembrou ou outubro de 2016 e só veio à tona este ano”, completou.
A polícia não soube informar se o homem foi decapitado nem se a perícia conseguirá determinar se isso aconteceu, em razão do estado da ossada. O exame de DNA na ossada ficou pronto no começo deste mês, por isso a demora na investigação.
A suspeita morava sozinha com o pai e uma filha dela na casa onde houve o homicídio, segundo a polícia, no bairro Carmelo. A mulher está presa temporariamente por 30 dias e pode responder por homicídio qualificado. A Polícia Civil ainda trabalha na investigação para concluir o inquérito.
Fonte: G1