O bloqueio de recursos de custeio na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) terá os primeiros reflexos já no mês de junho. Segundo o secretário de Planejamento e Orçamento UFSC, Vladimir Arthur Fey, se não houver recuo do Ministério da Educação (MEC), haverá dificuldade no pagamento de despesas imediatas. Entre elas, contratos terceirizados como limpeza e vigilância, e bolsas de extensão e para estudantes de baixa renda.
— Com esse bloqueio, (a universidade) não consegue se sustentar. Não existe possibilidade de cortar na própria carne 35%. Podemos diminuir atividades, tamanho de bolsas, limpeza e vigilância. Mas precisamos saber até que ponto fazer isso sem comprometer os serviços e sem estabelecer o caos.
O cálculo do corte, que chegou ao montante de R$ 60 milhões de recuo no orçamento da universidade, inviabiliza as atividades a partir do mês de agosto. Em entrevista à CBN Diário, na manhã desta terça-feira, o reitor Ubaldo Balthazar disse que em uma visão otimista, e com o máximo de economia possível no custeio da universidade, é possível esticar o ano letivo até outubro.
– Será outubro, se conseguirmos fazer o contingenciamento – afirmou o reitor, que viaja a Brasília nesta quarta-feira para uma reunião da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em que será discutido o bloqueio.
Impacto pode ser ainda maior
As universidades e institutos federais souberam do corte pela imprensa, e ainda há dúvidas sobre o que eles representam. O secretário de Planejamento explica que já se esperava o contingenciamento de 25%, que corresponderia a R$ 46 milhões.
Mas essa é uma medida natural – o governo “segura” o recurso previsto, e conforme melhora a arrecadação, vai repassando a verba às universidades. Pelo menos, foi assim que funcionou nos últimos anos.
Já o bloqueio tem um caráter diferente. Na UFSC, ainda não se sabe se o bloqueio anunciado pelo MEC já inclui os 25% de contingenciamento, ou se vai ser somado a ele. Nesse caso, mais da metade do recurso da universidade para este ano está sob risco.
No meio político, a medida do governo federal em relação às universidades é entendida como uma pressão do governo por apoio à reforma da previdência.
Fonte:NSC