O governo federal exonerou nesta sexta-feira um apadrinhado do deputado federal catarinense Jorginho Mello (PR), em uma ação encarada como retaliação por conta do voto contrário ao presidente Michel Temer (PMDB) na análise da denúncia na Câmara dos Deputados. Quem perdeu o cargo foi o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Santa Catarina, Vissilar Pretto.
Conforme informações do jornal O Globo, as represálias ocorrerão aos poucos, atingindo figuras do segundo e terceiro escalão do governo federal que são aliadas de deputados infiéis da bancada governista.
Jorginho Mello foi um dos sete catarinenses que votaram pelo prosseguimento da denúncia, mesmo com o partido dele fechando questão pelo arquivamento. No fechamento de questão, a sigla deixa claro que há risco de punições em caso de descumprimento da orientação, incluindo até expulsão em casos extremos.
Mello informou que já sabia da exoneração e lamentou a posição do governo. Para ele, a demissão prejudica o quadro técnico do Dnit e arranha ainda mais a imagem do presidente da República.
— É um rapaz de carreira, um engenheiro que estava contribuindo para superar as dificuldades, um quadro da melhor qualidade e aí o governo faz uma bobagem dessa. Acho que não é inteligente. Até pode ser uma retaliação, e o governo mostra que é pequeno — declarou.
O deputado também garantiu que não sofreu nenhum tipo de pressão dentro do PR:
— O partido me respeita, me conhece e sempre jogo às claras, não deixo nada embrulhado. As posições que assumo, comunico ao partido. Informo e não tem quem mude. Não troco minha consciência por nada.
Fonte: Diário Catarinense