Mulher, vive dentro do seu próprio corpo, mas está sempre entre uma e outra, se reinventando como filha, mãe, esposa, amiga uma liberdade disfarçada que por vezes limita o espaço ocupado. No decorrer dos anos houve conquistas para a mulher, entretanto, a intensidade convocada para o filho, marido, trabalho e entre outros, direciona à responder por algo, que por vezes nem é seu, pois foi construído sobre a disposição integral para tudo e todos.
Nos discursos do cotidiano e na vitrine virtual (rede social) apresenta-se o que é digno de elogios, você leitor pode já ter escutado “Como você dá conta?”, ou até mesmo se questionado: “Como consegue dar conta de tudo?”, pergunta inocente não?!. Porém o ato de dar conta de “tudo”, reflete o sentimento de dívida que a mulher paga diariamente, causando angústias, culpas e outros sofrimentos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 322 milhões de pessoas que possuem o transtorno mental de depressão em todo o mundo, com maior prevalência entre as mulheres. Sendo que a depressão atinge 5,8% da população brasileira, ou seja, o adoecimento mental e emocional é prevalente no gênero feminino, sendo gerado por diversos fatores desencadeadores.
O dia internacional das mulheres celebra as conquistas sociais, políticas e econômica, afinal por muito tempo a mulher se obteve calada, ouvindo discursos sobre o que é ser mulher, mas com o feminino é necessário navegar fundo para não ficar na superfície, atravessar e ir além do que é dito, principalmente pelo outro.
Torna-se essencial, escutar e respeitar indiscutivelmente a construção que cada uma faz da sua existência, pois como Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Portanto, que todas nós mulheres não recuamos diante o assombro dos pequenos espaços limitados, transborde e olhe para o mundo com os olhos de uma mulher que pode tudo que quiser.
Feliz dia das mulheres!
Autora: Psicóloga Tailândia Guzzi Danielewicz