“Só eu, que sou mãe, sei o que estou sentindo, de saber que nunca mais vou ver ele, é o que dói mais”.
As palavras de Simone de Oliveira expressam o luto que a mãe de Lyan de Oliveira está vivendo desde a noite do último sábado, dia 5, data em que o filho foi morto em Ponte Serrada após ser agredido. O menino tinha apenas dois anos de idade e estava sendo cuidado pelos tios, em uma residência no distrito de Baía Alta.
“O que se espera de uma criança de dois anos de idade? Ele não vai fazer nada pra te irritar a ponto de você massacrar uma criança como foi feito, nada de era pra surrar a ponto de matar a criança. É uma crueldade o que aconteceu”, disse Simone em entrevista ao Oeste Mais.
Aos 33 anos, a mãe trabalha em Brusque, no Vale do Itajaí, mas visitava Lyan todos os meses, além dos outros quatro filhos, que também moravam com os tios. Lyan era inclusive gêmeo de uma menina.
“O que mais dói é que ele é meu irmão, ela é minha cunhada, são tios do meu filho. Jamais imaginei que ele era uma pessoa cruel, sem dignidade alguma, porque nem eu que era mãe não batia nos meus filhos. Jamais imaginei que meus filhos estavam sendo maltratados. Ele tinha apenas dois anos, não tem o que ele possa ter feito pra justificar uma coisa dessas”, desabafou Simone.
Começando a falar
Ela contou que Lyan já caminhava e estava começando a falar as primeiras palavras. Também disse que, se pudesse, daria a vida pelo filho.
“Que eles tivessem feito pra mim, que ia aguentar. Com certeza o meu filho passou muita dor, e eles olhando, tanto que o meu piá de dez anos teve que ligar para a polícia”, contou a mãe, que foi avisada na noite de sábado sobre a morte do filho, levado ao hospital por moradores próximos.
“Eu perdi o chão. Quero justiça. Quero que paguem o que fizeram para o meu filho porque ele tinha apenas dois anos. Eu não deixei com pessoas que não eram da família. Quem matou meu filho foi meu irmão e minha cunhada, é isso que mais me indigna, e eu quero justiça”.
Bloqueada no WhatsApp
A mãe de Lyan disse que tentou contato com o irmão e a cunhada depois da morte do filho, mas não conseguiu. Segundo ela, foi bloqueada no WhatsApp. Simone também afirmou que o casal excluiu as redes sociais, como o Facebook.
“Peguei outro número de uma outra mulher e mandei mensagem pra eles, que eles vão pagar pelo que fizeram, e eles me bloquearam de volta”.
Investigação
A Polícia Civil já começou a ouvir algumas testemunhas para investigar o caso, que está sob a responsabilidade da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Xanxerê, devido à complexidade.
O delegado Marcelo Teske coordena os trabalhos. “Passamos a realizar as primeiras diligências e aguardamos o laudo do IML em relação à causa mortis. Esse inquérito está correndo em segredo de Justiça. No momento não podemos passar maiores informações, tendo em vista a não prejudicar as investigações”, pontuou.
Fonte: Oeste Mais