A produção agrícola de Santa Catarina já acumula um prejuízo de R$ 4.232.417.422,7 devido à estiagem. Os números, atualizados pela Epagri/Cepa, são muito maiores que o levantamento anterior devido, principalmente, à inclusão das perdas com a maçã e alta nos preços.
“A safra 2021/22 de maçã deve ser 12,4% menor do que a estimativa inicial, com produção de 581.782,3 toneladas, o que é 82.096,1 toneladas a menos do que o esperado inicialmente. As perdas financeiras com a maçã estão estimadas em R$ 50.283.875,3 agora”, explica Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa.
De acordo com o analista, as recentes altas dos commodities também influenciaram na elevação do impacto econômico da estiagem na avaliação recente. A soja passou de R$ 200,00 a saca e o milho passou de R$ 100 a saca nos preços pagos ao produtor.
Assim como no levantamento anterior, as perdas com a soja continuam sendo as de maior impacto econômico para Santa Catarina, um prejuízo de R$ 1.835.327.937,5. Com uma queda de 23% em relação à estimativa inicial, o estado deve produzir 1.968.260,7 toneladas de soja, 587.304,9 toneladas a menos do que o esperado inicialmente.
Em termos de perdas percentuais, o milho grão primeira safra é o mais atingido. A estimativa da Epagri/Cepa aponta para uma queda de 35,1% na safra 2021/22, na comparação com a estimativa inicial. Até o momento, as perdas econômicas nestas lavouras chegam a R$ 1.506.912.237,5. A queda no volume produzido será de 950.533,4 toneladas, resultando numa estimativa de safra de 1.759.615,2 toneladas.
Milho silagem e feijão
O levantamento indica que, até o momento, o milho silagem será o mais atingido em termos de volume total. Com a estiagem o estado vai deixar de colher 2.963.101,9 toneladas de milho silagem, 32% a menos do que o esperado inicialmente. A safra estimada está em 6.282.956,5 toneladas e o prejuízo calculado até o momento é de R$ 740.775.467,0.
A produção catarinense de feijão primeira safra também sofre com a estiagem. A Epagri/Cepa calcula que Santa Catarina colha 46.849,7 toneladas do grão, volume 31,5% menor do que a estimativa inicial, que era de 68.424,5 toneladas. A perda em volume está em 21.574,7 toneladas, com prejuízo estimado de R$ 99.117.905,4.
Haroldo explica que as perdas em volume foram calculadas a partir do comparativo entre a estimativa atual, feita em fevereiro, e a inicial, realizada entre agosto e setembro do ano passado. “Para o cálculo da estimativa de perdas econômicas, foram considerados como valores de referência os preços médios estaduais recebidos pelo produtor, para cada produto, no mês de fevereiro”, esclarece o analista. Ele acrescenta que as informações de estimativa mensal e calendário agrícola semanal são obtidas junto à rede de informantes da Epagri/Cepa distribuída no estado e atualizadas até o final da safra.
Fonte: ND Mais