![Está sendo submetido ao Tribunal do Júri médico acusado por mortes em endoscopias](https://radiolider.am.br/wp-content/uploads/2017/04/medico-300x225.jpg)
Está sendo submetido ao Tribunal do Júri nesta sexta-feira (28) na Comarca de Joaçaba, o médico Denis Conci Braga, acusado pelo Ministério Público por três homicídios simples e uma lesão corporal, todos por solo eventual, quando a intenção do agente se dirige a um resultado, aceitando, porém, outro também previsto e consequente possível da sua conduta.
Na acusação atua o promotor designado Flavio Fonseca Hoff e na defesa o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho. A sessão, que iniciou às 9h30min, é presidida pelo juiz Márcio Umberto Bragaglia. Ao todo, 10 testemunhas foram arroladas pela defesa e acusação. Caso todas sejam ouvidas, o julgamento pode durar o dia todo.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, na manhã do dia 14 de maio de 2010, o denunciado Denis Conci Braga iniciou os procedimentos de endoscopia que estavam agendados. Ao atender os primeiros pacientes, seguindo o protocolo adequado, borrifou doses de lidocaína em spray na garganta dos pacientes, que perceberam que o medicamento estava terminando, pois o médico agitou o frasco várias vezes antes da aplicação. Terminado o conteúdo do frasco, o médico começou a utilizar uma solução aquosa de lidocaína, em concentração totalmente inadequada, e solicitou aos pacientes atendidos posteriormente que fizessem um gargarejo e depois engolissem o medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe, em todo país, a forma líquida (solução oral) para uso interno do medicamento lidocaína.
![Na acusação atua o promotor designado Flavio Fonseca Hoff e na defesa o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho.](https://radiolider.am.br/wp-content/uploads/2017/04/juri-1.jpg)
Em razão da alta concentração de lidocaína ministrada, três pacientes morreram por intoxicação (Iara Penteado, Maria Rosa de Almeida dos Santos e Santa Pagliarini Sipp), dois deles ainda no interior da clínica médica. Outros dois pacientes também foram intoxicados e sobreviveram, enfrentando diversas complicações.
Ainda segundo a denúncia, a clínica médica de propriedade do denunciado possuía alvará apenas para a atividade de consultório e não havia infraestrutura adequada para a realização de exames de endoscopia. Além disso, a secretária do médico, sem qualquer formação na área da saúde, era quem ministrava os medicamentos sedativos preliminares aos pacientes.
fonte: Caco da Rosa