Rádio Líder
O fechamento de 513 agências dos Correios deve ocorrer dentro dos próximos meses. A previsão é que a medida gere a demissão de 5,3 mil funcionários. A informação foi divulgada neste final se semana pela coluna do jornalista Andreza Matais no jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com a publicação, a medida foi aprovada ainda na reunião da diretoria em fevereiro, mas era mantida em sigilo pela empresa, que emitiu uma nota à imprensa (leia na íntegra logo abaixo) logo após o jornal paulista publicar a informação no último sábado, dia 5.
Na lista há agências com alto faturamento, como em Minas Gerais, que das 20 mais rentáveis, 14 deixarão de funcionar. Também conforme a publicação, em São Paulo serão fechadas 167 agências — 90 na capital e 77 no interior.
A decisão tem causado polêmica dentro dos Correios. A desconfiança é que a medida seja para beneficiar agências privadas franqueadas, que assumiriam o atendimento aos clientes em locais próximos aos postos fechados. A publicação aponta ainda que a economia anual com o fechamento das agências chegaria R$ 190 milhões.
Após o assunto vazar, o presidente dos Correios, Carlos Fortner, assinou uma nota remetida à imprensa. Nela ele aponta que a medida ainda está em fase de estudos e segue sendo analisada internamente.
Leia a nota na íntegra:
A respeito da nota publicada na Coluna do Estadão neste sábado, 5, os Correios esclarecem que a empresa vem realizando estudos pormenorizados de readequação de sua rede de atendimento, o que inclui não apenas a sua rede física de atendimento como também novos canais digitais e outras formas de autosserviços.
Busca-se com isso não apenas a melhoria na qualidade e na experiencia do cliente, mas também maior eficiência na cobertura de mercado e a necessária racionalização de custos.
Frise-se que estes estudos são, inclusive, acompanhados pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Dentre os objetivos deste projeto está contemplada a modernização da empresa para torná-la mais ágil, competitiva e sustentável, gerando não apenas benefícios para a sociedade como também resultados para o seu acionista controlador: o Tesouro Nacional. É o mínimo que se espera de qualquer empresa que se proponha a prestar serviços de qualidade.
Especular prematuramente a respeito de números sem conhecer o projeto de remodelagem da rede de atendimento não é apenas irresponsável e leviano: é uma prestação, antes de mais nada, de um desserviço ao cidadão. As conclusões alcançadas pelos estudos necessários a este projeto somente serão divulgadas após a exaustiva avaliação interna dos Correios e externa pelos órgãos competentes, processo este ainda em curso.
Carlos Roberto Fortner
Presidente dos Correios
