Bandas da região sofrem com os efeitos da pandemia

Todo setor econômico está receoso sobre como será o futuro após o fim da pandemia de Covid-19 que atinge o mundo. Na música, não é diferente. O setor, que depende diretamente de eventos com aglomerações e viagens pode continuar a sentir os efeitos das medidas de isolamento mesmo depois do término da quarentena.

As bandas da região, por exemplo, estão se reinventado para poder seguir no ramo, pois muitos dos integrantes dos grupos trabalham e dependem apenas da música.

O Musical San Francisco, banda bem conhecida na região Sul do país por fazer sucesso com músicas de baile, está enfrentando um grande desafio nesses últimos meses.

Composta por cerca de 20 pessoas, entre músicos e equipe técnica, o grupo de Cunha Porã, antes da pandemia, fazia entre 20 e 25 shows por mês, viajando pelos três estados do Sul.

Agora, conforme o auxiliar administrativo Éder Reinehr, a situação da banda é complicada. O grupo já está há mais de quatro meses sem desenvolver atividades e a banda não tem previsão de retorno.

“Tivemos que fazer uma demissão em massa, pois não tínhamos como manter os salários sem estarmos trabalhando. Pensávamos inicialmente que isto duraria 15 a 30 dias, mas já estamos a 120 dias parados”, comenta Éder, que diz ser incalculável o prejuízo do grupo.

Banda Céu e Cantos, antes da pandemia, fazia em média 18 a 20 apresentações por mês (Foto: Divulgação)

Em quase 40 anos de história, San Francisco nunca havia passado por nada parecido antes. Após o início da pandemia e a parada brusca no trabalho, os 20 funcionários que dependiam inteiramente da banda, agora estão buscando por outras alternativas para poder se manter.

“Até o presente momento não recebemos auxílio financeiro de ninguém, estamos aguardando alguma atitude do governo em relação a isso”, explica.

Caso parecido acontece com a banda Céu e Cantos, de Getúlio Vargas (RS), também grande na região e que conta com 12 colaboradores e dois sócios. Antes da pandemia, o grupo fazia em média 18 a 20 apresentações por mês, sendo que agora, com o isolamento, a rotina parou completamente.

Giovani Lappe, integrante da banda há cinco anos, disse ao Oeste Mais que todos os membros estão se mantendo com um salário reduzido num total acordo, mas além da banda, eles não têm ganhos para complementar a renda.

“Isso nunca aconteceu, às vezes um ou outro evento era cancelado por causas mais simples, mas todo esse tempo parado, nunca aconteceu”, relata.

Lives beneficentes

Assim como a grande maioria das bandas e cantores, Céu e Cantos vem fazendo lives beneficentes para conseguir controlar esse período de dificuldades. Até o momento foram duas apresentações virtuais solidárias, onde foram arrecadados alimentos, doações repassadas às famílias, entidades e hospital, num total de R$ 25 mil.

“As pessoas em vulnerabilidade social são as que mais sofrem e que o artista tem um papel fundamental com a sociedade de unir força para buscar contribuições”, disse Giovani Lappe.

A banda fará uma terceira live beneficente no dia 15 de agosto e está buscando por patrocinadores e colaboradores para ajudar na causa.

Quem quiser participar deve entrar em contato com a banda através das redes sociais. Céu e Cantos tem 34 anos de história, com 13 CD’s gravados e três discos de ouro.

Ao contrário da banda gaúcha, São Francisco não organizou lives porque nem todos os integrantes residem na cidade sede do grupo. “Mas os cantores chegaram a fazer algumas participações em lives de rádios e outras entidades”, diz Éder.

Céu e Cantos fará a terceira live beneficente no dia 15 de agosto (Foto: Divulgação)

Fonte: Oestemais

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