O anúncio de investimentos iniciais na ordem de R$ 40 milhões, promovido pelo governo do Estado e Celesc em abril, para a substituição de 500 quilômetros de rede monofásica por trifásica para a zona rural foi um dos assuntos que pautou o debate da audiência pública promovida pelo Parlamento catarinense em Joaçaba, no Meio Oeste, nesta tarde desta sexta-feira (7), no Auditório Jurídico do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).
Proposta pela Comissão de Assuntos Municipais, as audiências públicas trataram da expansão da energia elétrica trifásica rural. Além de Joaçaba, Curitibanos já tinha sediado nesta quinta-feira (6) a terceira audiência pública que debateu esse assunto, que é uma das bandeiras dos parlamentares que integram a Bancada do Oeste. Já aconteceram audiências a respeito desse tema nos municípios de Xaxim e São Miguel do Oeste.
Prestigiado
Participaram da solenidade em Joaçaba o presidente do Parlamento, deputado Mauro De Nadal (MDB), os deputados Altair Silva (PP), Nilso Berlanda (PL), a assistente de performance e resultados da Celesc, Sílvia Pozzobom, o prefeito de Joaçaba, Dioclésio Ragnini (PSDB), o presidente da Câmara de Vereadores de Joaçaba, Alcione Marquezini (PSDB), e lideranças políticas regionais, como prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais e populares. O evento foi muito prestigiado com a participação de autoridades de praticamente todos os municípios do polo regional de Joaçaba.
Bancada do Oeste
Como explicou o presidente e proponente das audiências públicas, Mauro De Nadal, ao todo foram realizadas quatro audiências públicas no Oeste para tratar dessa pauta.
“Optamos por nos reunir nos municípios polos regionais”, avaliou, pontuando que o objetivo é a construção de um amplo projeto, em parceria com o governo do Estado, para fornecer alternativas de energia elétrica com qualidade para a zona rural.
Ele informa que a definição das quatro audiências foi um dos encaminhamentos da Bancada do Oeste com a finalidade de conversar com as lideranças da região para justamente conhecer a verdadeira necessidade de cada município quando o assunto é energia elétrica de qualidade para a zona rural. “Depois de ouvir as demandas de cada município é que teremos embasamento para construir esse projeto. É o Parlamento cada vez mais perto do cidadão”, concluiu.
Causa antiga e abraçada
Altair Silva destacou que o primeiro passo foi dado pelo governo do Estado com o anúncio desses primeiros 500 quilômetros de investimentos na rede trifásica.“É uma demanda antiga, mas já é um importante avanço. O campo necessita de investimentos para não estagnar.” O parlamentar é presidente da Comissão de Agricultura da Casa.
Para Nilso Berlanda, essa causa é abraçada com afinco pela Bancada do Oeste, que tem 10 deputados no Parlamento. “Participei há uns 40 dias do lançamento em Ibiam da inauguração dos 4,6 mil metros de rede trifásica e o agricultor já investiu em maquinário. É isso que o campo necessita para avançar, de investimentos”, avaliou.
Investimento inicial
Como explicou a assistente de performance e resultados da Celesc, Sílvia Pozzobom, o investimento total será de R$ 40 milhões, sendo R$ 30 milhões em 2023 e mais R$ 10 milhões em 2024. Cerca de 20 mil consumidores do Oeste, Serra, Planalto Norte e Alto Vale devem ser contemplados com o investimento. A melhoria irá viabilizar ampliação de fábricas e automatizações que exigem uma demanda maior de energia. A rede trifásica também irá reduzir o número de quedas de energia, que geram prejuízos na produção.
Ela apresentou uma planilha com as seis regiões e os respectivos municípios que serão contemplados com os investimentos. A regional de São Miguel do Oeste será contemplada com R$ 7,5 milhões, Chapecó, mais de R$ 5 milhões, Concórdia, R$ 3 milhões, Joaçaba, R$ 9,2 milhões, Videira, R$ 6 milhões, e Lages, R$ 1,2 milhão.
Ela ainda informou que neste primeiro momento serão 500 quilômetros de investimentos em trifásico. “Mas não iremos parar por aqui. Iremos realizar um massivo investimento na zona rural na expansão da energia trifásica.”
Foi unanimidade entre as manifestaçõe, a preocupação com investimentos sérios e efetivos em energia trifásica para a zona rural. Para eles, a expansão da energia elétrica trifásica rural é fundamental para a manutenção e crescimento da agricultura na região, já que os equipamentos agrícolas consomem uma grande quantidade de energia e os produtores rurais passam por dificuldades para modernizar a atividade no campo. Sem falar que a rede trifásica permite aumentar a potência e número de equipamentos ligados ao mesmo tempo, evitando quedas de energia.
Como disse o prefeito Dioclésio Ragnini (PSDB), Joaçaba trabalha muito pelo homem do campo. “Temos pressa para melhorar a situação do agricultor. Precisamos de estradas, mas também de energia.”
A prefeita de Castelo Branco, Neiva Tonielo, se preocupou ao constatar que seu município não estava na relação apresentada pela Celesc nesse primeiro momento. Assim como ela, outros representantes de seus municípios questionaram a ausência na relação. Conforme explicou Silvia, o investimento em expansão da rede trifásica é prioridade do governo do Estado.
Importância da agropecuária
Informações da Epagri revelam que todo o agronegócio catarinense está baseado nas pequenas propriedades rurais – 78% dos estabelecimentos agropecuários e 72,5% das pessoas ocupadas na agricultura são da agricultura familiar. Mesmo com um pequeno território, Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos, maçã e cebola; segundo maior produtor de tabaco, palmito, aves, pera, pêssego, alho e arroz; quarto maior produtor de uva, cevada e leite. Em 2020, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) chegou a R$ 40,9 bilhões, considerado o maior da história, e o agronegócio foi responsável por 70% das exportações estaduais. Essas informações denotam a importância do setor agropecuário para Santa Catarina.
Integrantes
Integram ainda a bancada do Oeste os deputados Marcos Vieira (PSDB), Fabiano da Luz (PT), Massocco (PL), Maurício Eskudlark (PL), Luciane Carminatti (PT), Padre Pedro Baldissera (PT) e Neodi Saretta (PT).
Fonte: Ascom/Valquíria Guimarães