Um homem que matou a ex-companheira em um restaurante em Videira no começo deste ano foi julgado na última sexta-feira (28/11), com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), e condenado a 30 anos de prisão por feminicídio, sem direito de recorrer em liberdade. Assim que o julgamento terminou, ele retornou ao presídio para o início do cumprimento da pena.

Segundo as investigações, na noite de 19 de fevereiro, o réu atraiu a vítima, com quem teve quatro filhos, para o estabelecimento pertencente a ambos, sob o pretexto de conversar sobre a partilha de bens, e a matou com uma facada no pescoço por não aceitar o fim do relacionamento de 20 anos. Na sequência, ele fugiu para a cidade de Guarapuava, no Paraná, mas se entregou à Polícia três dias depois e confessou o crime.
A sessão do Tribunal do Júri aconteceu no Fórum de Videira e a acusação foi conduzida pela Promotora de Justiça Bruna Vieira Pratts, que apresentou a dinâmica do crime aos jurados, falou sobre a banalização da vida, combateu a violência contra as mulheres e pediu a condenação do réu.
“Não podemos normalizar o controle, o ciúme doentio e o sentimento de posse sobre a vida de outra pessoa. Cada mulher morta por não se submeter à vontade de um agressor representa uma ferida aberta na nossa sociedade. O Ministério Público de Santa Catarina vem atuando para que nenhuma dessas mortes fique impune e hoje é a voz de uma pessoa que só queria recomeçar a vida por não estar feliz ao lado de um homem”, sustentou.
Os jurados acolheram integralmente a tese da acusação, reconhecendo que o feminicídio foi praticado com dissimulação – pois o réu contou uma mentira para atrair a vítima até o restaurante – e mediante recurso que dificultou a defesa – o ataque aconteceu de surpresa com uma faca de cozinha com lâmina de 17 centímetros. O fato de a vítima ser responsável por uma criança de nove anos também agravou a pena, conforme prevê o Código Penal.
Fonte:MPSC
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