O juiz de direito da Comarca de Tangará, Flávio Luís Dell´Antônio, condenou nesta quinta-feira (30) o ex-secretário de administração e finanças, um ex-vereador e mais quatro professoras por fraude em processo seletivo no município de Ibiam.
A ação penal, movida pelo Ministério Público, pedia a condenação dos acusados pela prática do crime de fraude em certame de interesse público, mediante a divulgação e utilização de conteúdo sigiloso das respostas das provas do teste seletivo, destinado a contratação temporária de professor da educação infantil e do ensino fundamental para o município de Ibiam em 2015, além dos crimes de corrupção ativa e passiva. O esquema foi descoberto durante investigação na Operação Resposta Certa.
Segundo apurado pelo MP, o então prefeito Clóvis José Busatto negociou com Associação dos Municípios do Vale do Rio do Peixe (AMARP) a realização do teste seletivo. Na sexta-feira, anterior aos testes, que aconteceriam na segunda-feira, dia 27 de julho de 2015, o denunciado, valendo-se de seu cargo de prefeito municipal, teve acesso ao gabarito das 25 questões da prova, quando iniciou sua empreitada para repassar todas as informações privilegiadas aos seus partidários, amigos e parentes.
O prefeito chamou em seu gabinete o secretário de administração e finanças do município, Laelcio Antônio Casaniga e o ex-vereador e servidor público Gelson Luiz Trevisol para revelar o conteúdo das provas, solicitando a ambos que entregassem as informações sigilosas a Mariza Dalazen Laidnes. Laelcio se deslocou a casa de Mariza onde deixou com sua mãe um documento com as respostas. Gelson e sua esposa, Elisiane Osório Fagundes, também entregaram o gabarito para Mariza. A denunciada utilizou indevidamente o gabarito tendo alcançado a aprovação em primeiro lugar no cargo de professor II, na área de atuação da educação infantil. Elisiane foi aprovada em segundo lugar para o cargo de professor com atuação na 1ª a 5ª série do ensino fundamental, com média final 17,5 (dezessete e meio), mesma nota da primeira colocada.
O ex-secretário também é acusado de corrupção passiva ao solicitar favores sexuais a denunciada Delésia Orzatto Micheluzzi em troca do gabarito. No áudio interceptado, Delésia usa a expressão “depois eu te pago”, referindo-se aos favores solicitados em encontro na Prefeitura, cometendo crime de corrupção ativa. De posse do conteúdo sigiloso, a professora foi aprovada em terceiro lugar, no cargo de professor II, na área de atuação da educação infantil.
Laelcio também divulgou o gabarito para sua esposa, Elibida Cassiano Pocera Gazaniga, que obteve a nota de 9,5 na prova, passando em segundo lugar, no cargo de professor I na área de atuação da educação infantil.