Santa Catarina enfrenta cenário preocupante em relação à gripe. Até o início de maio os casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), quadro mais crítico da doença, tiveram aumento de 56% em comparação ao mesmo período de 2022, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde).
Reflexo disso é a pressão no sistema hospitalar. O painel de leitos da SES mostra que cerca de 96% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Estado estavam ocupados por volta das 11h desta sexta-feira (12). De todos as 1138 unidades instaladas apenas 47 estavam disponíveis.
Além da gripe e da Covid-19, Santa Catarina tem 26 municípios em nível de epidemia para dengue – Foto: Pixabay/Divulgação/ND
De todo os pacientes em UTI há apenas 25 internados por conta da Covid-19, número que que corresponde a apenas 2,19% de todos os leitos. São casos confirmados e suspeitos: 13 pacientes tiveram diagnóstico e outros 12 aguardam o resultado dos testes.
O Vale do Itajaí, o Oeste do Estado e a Foz do Rio Itajaí são as regiões que registram os maiores índices de ocupação, com índices de ocupação em com 99,47%, 98,82% e 98,46. Além da gripe e da Covid-19, Santa Catarina tem 26 municípios em nível de epidemia para dengue.
Em números totais, foram notificados 245 casos de SRAG por influenza entre os primeiros dias de janeiro até o início do mês de maio de 2023, detalha a Secretaria. No mesmo período do ano passado foram registrados 157 casos.
“Estamos no período de sazonalidade da doença e agora a tendência é registrar cada vez mais casos de gripe, o que é normal para a época do ano. Nós podemos evitar que esses casos evoluam para gravidade com a vacinação”, destaca o diretor de Vigilância Epidemiológica da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), João Augusto Brancher Fuck.
Faixa etária e baixa vacinação
Conforme a Dive/SC, a faixa etária com mais casos de SRAG por influenza é a de idosos com 60 anos ou mais (25,7%), mas há casos graves notificados em todas as idades. Com relação às mortes, este ano foram 12 contra 28 registrados no mesmo período de 2022, mas o que preocupa a Secretaria de Estado da Saúde é a faixa etária.
“Dos 12 óbitos, três foram em crianças com até um ano de idade, outros cinco foram em idosos com 60 anos ou mais, ou seja, público que está no grupo prioritário da Campanha de Vacinação contra a doença, mas que não está procurando a dose da vacina”, ressalta a Dive/SC.
De acordo com o Painel de Vacinação da influenza, do Ministério da Saúde, até esta quinta-feira (11), apenas 37% dos idosos com 60 anos ou mais tomaram a dose da vacina contra a gripe. Nas crianças, o percentual é ainda menor, somente 19% das crianças com idade entre 6 meses e 5 anos estão vacinadas. A meta de vacinação é de 90% para cada um dos grupos.
A Campanha de Vacinação contra a gripe para os grupos prioritários começou no dia 10 de abril e segue até o dia 31 de maio. No último dia 6 foi realizado o dia D de vacinação em 206 municípios catarinenses, as demais cidades optaram por realizar a mobilização em outras datas. Ainda assim, a cobertura vacinal está bem abaixo do esperado, com um total de 30%.
Fonte: ND Mais