SC confirma primeiro caso de hepatite infantil ‘misteriosa’ presente em 20 países

O primeiro caso de hepatite aguda infantil “misteriosa” foi confirmado pela Vigilância em Saúde na manhã desta sexta-feira (6), após uma criança, de 7 anos, ter dado entrada no Hospital Pequeno Anjo na última quarta-feira (4) em Itajaí, no Litoral Norte do Estado.

O pequeno apresentava quadro de hepatite aguda, inflamação do fígado, caracterizado por icterícia que é pele e olhos amarelados, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal.

Dor abdominal é um dos sintomas da hepatite infantil aguda – Foto: Freepik/Divulgação/ND
Dor abdominal é um dos sintomas da hepatite infantil aguda – Foto: Freepik/Divulgação/ND

No hospital foi constatado por meio de exame laboratorial o aumento das transaminases (enzimas hepáticas). A criança recebeu atendimento adequado, tendo recebido alta hospitalar por apresentar bom estado geral e exames laboratoriais em melhora, para acompanhamento ambulatorial.

O hospital seguiu o fluxo estabelecido na Nota de Alerta nº 07/2022 – CIEVS/DIVE/LACEN/SUV/SES/SC, e o caso foi notificado ao Ministério da Saúde pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Santa Catarina (CIEVS-SC), no próprio dia 06 de maio.

A SES mantém a investigação do caso, em conjunto com o município de Itajaí e o Hospital Pequeno Anjo, com apoio do Laboratório Central de Santa Catarina (LACEN-SC) para a realização dos exames laboratoriais necessários à elucidação do caso.

Primeiro caso de hepatite aguda infantil “misteriosa” em Santa Catarina foi registrado no hospital Pequeno Anjo em Itajaí – Foto: Marcos Porto/Prefeitura de Itajaí/Divulgação
Primeiro caso de hepatite aguda infantil “misteriosa” em Santa Catarina foi registrado no hospital Pequeno Anjo em Itajaí – Foto: Marcos Porto/Prefeitura de Itajaí/Divulgação

A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu em abril de 2022, um alerta sobre esse tipo de hepatite, que está atingindo crianças e adolescentes. Na última quarta-feira, a organização informou que 228 casos foram registrados em ao menos 20 países, principalmente na Europa.

O que é hepatite?

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ter diversas causas, desde infecções virais até consumo excessivo de álcool, alguns medicamentos e substâncias tóxicas.

Os principais vírus que causam hepatite são A, B, C, D e E. Há ainda as hepatites autoimunes, que são doenças crônicas em que o próprio sistema imunológico do indivíduo ataca as células do fígado, causando inflamação e alteração da função do órgão.

Hepatite de etiologia desconhecida em crianças

A hepatite súbita e grave em crianças saudáveis é considerada incomum, tanto que ela não está relacionada a qualquer um dos tipos comumente causadores da doença. Resultados preliminares dos casos de hepatite de etiologia desconhecida investigados até o momento apontam que não há relação da doença com a vacinação contra a Covid-19.

Testagem para detectar vírus das hepatites está disponível no SUS – Foto: Altemar Alcantara/Fotos Públicas/Divulgação
Testagem para detectar vírus das hepatites está disponível no SUS – Foto: Altemar Alcantara/Fotos Públicas/Divulgação

É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos aos sintomas característicos de hepatite aguda nas crianças, como vômitos, diarreias, náuseas, dor abdominal e pele e olhos amarelados. Se houver qualquer suspeita, elas devem ser imediatamente levadas a um serviço de saúde para que possam ser avaliadas e tratadas de forma adequada.

Primeiros casos registrados

Os primeiros dez casos desta hepatite aguda foram relatados pelo Reino Unido à OMS em 5 de abril. Um caso fatal já foi relatado na Europa e outros três na Indonésia. A idade dos afetados varia de 1 mês a 16 anos.

Os infectados eram crianças menores de 10 anos sem doenças anteriores e, desde então, infecções também foram detectadas na Espanha, Israel, Dinamarca, Itália, Estados Unidos e Bélgica.

Segundo a OMS, existe uma investigação para descobrir o agente causador do que, neste momento, a entidade classifica como “hepatite aguda de etiologia desconhecida”. Entre as hipóteses, conforme a organização, estão a infecção por um adenovírus ou outro tipo de agente. Os pesquisadores investigam, também, ainda a possibilidade de a doença ser uma sequela da Covid-19.

A SUV (Superintendência de Vigilância em Saúde), por meio do CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), orientou todos os serviços de saúde através de uma nota para que estejam em alerta para os pacientes que se enquadrem nos sintomas.

Confira o documento da Dive, clicando aqui.

Fonte: ND Mais

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