Pneumologista do HUST fala sobre a relação do cigarro com a Covid-19

Neste dia 31 de maio é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Fumo. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer – Rio de Janeiro), o consumo da nicotina, tanto em forma de cigarro, como palheiros, charutos ou cachimbos, provoca a dependência, e esta dependência causa o uso repetitivo, que provoca diversos tipos de inflamação no organismo. Esta inflamação provoca o envelhecimento das células precocemente (causando envelhecimento precoce da pele e de nossos órgãos e aumentando a chance de vários tipos de câncer), além disso, pode diminuir vários mecanismos de defesa do organismo, aumentando a chance de infecções, tanto virais como bacterianas. Em época de pandemia, onde a Covid-19, doença silenciosa e altamente perigosa tem feito cada vez mais vítimas, o pneumologista do HUST Adriano Rieger chama a atenção para a relação do uso do cigarro com o Coronavírus.

Primeiramente, doutor Adriano comenta sobre haver ou não mais risco de agravamento do quadro e até mesmo maior chance de óbito de pacientes que fumam e contraem a Covid-19. De acordo com ele, o que ocorre é que, através do uso prolongado do tabagismo e o surgimento de suas consequências (como doenças respiratórias, cardíacas, cânceres, …) é que as pessoas apresentam comprometimento de sua capacidade de recuperação. A Covid pode se apresentar na forma de infecções muito severas com sobrecarga a todo o organismo e quanto menor a capacidade de resistir a este período de estresse, maior o risco de falecer em decorrência de alguma complicação dele.

— O grande problema é que após o surgimento de complicações/consequências do tabagismo a capacidade de recuperação do organismo fica diminuída e não há medicamento ou aparelho que possa compensar de maneira eficiente esta perda. Além disso, não há como prever especificamente qual a quantia/tempo de tabagismo segura (ou seja, a tempo de tabagismo em que não há dano aos órgãos por fumar),e geralmente quanto a pessoa passa a ter sintomas de uma complicação ela já é irreversível — explicou.

Adriano Rieger – Pneumologista do HUST

Doutor Adriano ressalta ainda, que não fumar é um hábito de saúde tão importante quanto alimentar-se adequadamente, fazer exercícios regulares, evitar bebidas alcoólicas, dormir bem e evitar o excesso de estresse. O somatório destes fatores é o que provoca a melhor imunidade possível para diminuir a chance de contrair a covid ou mesmo de falecer em decorrência dessa doença. Além disso, tabagistas de longa data têm maior chance de precisar internações hospitalares e como todo o ambiente fechado, o hospital pode ser o local de contato com o Covid-19.

— Não há uma quantia segura de tabagismo que a pessoa possa fumar sem provocar dependência, e as doenças provocadas pelo tabagismo são assintomáticas nos estágios iniciais, e geralmente quando apresentam sintomas já são irreversíveis — afirmou.

Por fim ele ainda destaca:

— Houve várias gerações que começaram a fumar sem saber os malefícios do cigarro (inclusive achavam que o cigarro era saudável) e acabaram sofrendo com as suas consequências. Além disso, tiveram que lidar com a dificuldade enorme em cessar o tabagismo após adquirir a dependência da nicotina. Todo o esforço em orientar as pessoas, principalmente as crianças e adolescentes, sobre a dependência e doenças provocadas pelo cigarro é de extrema valia para que elas nem iniciem este hábito/vício e consigam evitar as consequências sem pagar um preço alto. Também, quanto maior a exposição às informações sobre as consequências do cigarro para as pessoas que já fumam,maior a conscientização e estímulo para passar pelo difícil processo de cessação do tabagismo — concluiu.

Fonte: Alessandra de Barros/Assessoria de Imprensa

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