Autismo e seu mundo

Em 2007, a ONU declarou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição de saúde caracterizada por uma inabilidade em se relacionar socialmente e responder adequadamente aos estímulos externos, que parecem passar despercebidos aos seus próprios olhos. Esse transtorno também leva a peculiaridades no estabelecimento de vínculos afetivos e dos padrões de comunicação verbal e não-verbal.

Considera-se que os autistas têm dificuldades importantes em lidar com o mundo e suas famílias estão completamente envolvidas nessas dificuldades, sobretudo, em lidar com este indivíduo que se apresenta tão distante de suas expectativas e ideais. Esse indivíduo precisa de ajuda para sair de seu mundo fechado e encontrar soluções próprias, bem como, para estabelecer algum nível de relação com o exterior.

A voz tem um lugar especial no autismo. Grande número de autistas permanece mudo por toda uma vida – o que não quer dizer que seu mundo interior não seja rico, tampouco, cheio de pensamentos. Birgen Sellin é um exemplo de autista que pronuncia as palavras por meio da escrita, pois, dos dois até aos dezessete anos, verbalizou somente uma frase. Entretanto, aos dezoito anos escreveu textos sobre sentimentos e pensamentos, principalmente sobre seu mundo autista, com sua solidão e sua luta para expressar-se. Do primeiro texto, podemos extrair o seguinte trecho: “Eu não sou uma pessoa real sem a escrita porque isto é meu único meio de expressão que eu tenho e este é o único meio de mostrar como eu penso”.

O autista se aparta radicalmente da vivência dos afetos. Desenvolve os conceitos a respeito dos sentimentos e das sensações de modo solitário, isolado em seu mundo. Se não fala, não troca, e, com isso, o mundo exterior fica a uma distância tal, que se torna, muitas vezes, inatingível e incompreensível. Seu mundo interior é caótico.

Um autista desenvolve seu modo de viver e de compreender a vida, ou seja, aprender sobre os sentimentos, variações dos sentidos das palavras, desenvolver habilidades específicas. Isso ocorre sempre por meio de um método, de uma determinada ferramenta construída para obter os mesmos resultados frente às mesmas situações.

É necessário se colocar à escuta para perceber as tentativas que emitem ao se comunicar. Assim, é possível amenizar a angústia irracional que entorpece o sujeito autista e modula todos os seus laços, para oferecer melhores condições de vida. Importa, ainda, destacar que os autistas surpreendem com um saber próprio.

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