Assim como milhares de pequenos produtores rurais que contribuem para o sucesso do agronegócio catarinense, a família Bortese convive há meses com os efeitos devastadores causados pela estiagem em Santa Catarina. Com a produção dedicada à bovinocultura de leite e avicultura de corte, estimam que a provisão de ração animal não dure mais que 40 dias. Para piorar, a alta demanda pelos insumos esgotou a oferta no mercado, não antes das pastagens, que fatalmente sucumbiram à pior crise hídrica dos últimos 15 anos no Estado.
A grave situação que atinge principalmente o Oeste catarinense foi constatada in loco pela governadora Daniela Reinehr que, durante sua passagem por Chapecó, reservou um tempo para visitar o sítio dos Bortese. Natural do município de Maravilha e produtora rural, a chefe do Executivo catarinense conhece com propriedade as dificuldades enfrentadas. Por isso, além dos R$ 76,6 milhões destinados pelo Governo até aqui, em apoio aos atingidos, a governadora mobilizou sua equipe, reforçou as ações do Estado e ampliou o diálogo com os Poderes, setores produtivos e população.
“Todas as pastas do governo trabalham de forma integrada para garantir agilidade e eficácia nas ações emergenciais de combate à estiagem. Não podemos controlar e nem prever quando vai chover, mas estamos nos esforçando ao máximo para amparar os afetados pela crise, investindo dinheiro e força de trabalho para ajudar essas famílias”, enfatiza.No início do mês de novembro, Daniela Reinehr criou o gabinete de crise para enfrentamento da estiagem. Com a força-tarefa, o Governo ganha força e agilidade na resposta às demandas da população atingida. A equipe designada para conduzir os trabalhos é composta pela Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural; Instituto do Meio Ambiente (IMA); Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema); Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDE); Defesa Civil e Epagri.
A Secretaria da Agricultura mantém diversos programas de apoio e fomento direcionado ao atendimento, principalmente, dos produtores rurais impactados pela seca. A prioridade é de fomentar a elaboração e execução de projetos para ampliar a captação e o armazenamento de água, entre outras ações emergenciais para combater a estiagem. “Estamos emitindo laudos para prorrogação de dívidas dos produtores e realizando perícias em lavouras financiadas para a obtenção do Seguro Agrícola. Vamos trabalhar incansavelmente para assistir os agricultores atingidos”, declara o secretário Ricardo de Gouvêa.
A Defesa Civil de Santa Catarina elaborou um plano de ação e imprime agilidade na avaliação dos documentos para a homologação de situações de emergência, com o objetivo de acelerar o fornecimento de itens de apoio. Até o momento já foram entregues 180 reservatórios de 5 mil e 10 mil litros, garantindo mais capacidade de armazenamento nas comunidades. Essa ação representa o investimento de pelo menos R$ 275 mil. Com o apoio do Governo Federal, foram disponibilizados recursos para a compra de óleo diesel para os veículos que transportam água e cestas básicas.
A Secretaria Executiva do Meio Ambiente, integrada à SDE, agiliza a liberação de outorgas para perfuração de poços artesianos e divulga quinzenalmente Boletins Hidrometeorológicos.
Ações de prevenção e conscientização de todos:
De acordo com o Boletim Hídrico publicado na última quarta-feira, 18, o volume de chuvas nas regiões que mais necessitam de água neste momento, foi abaixo da média histórica. O relatório produzido pela Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), em conjunto com a SDE, aponta que, dos 295 municípios catarinenses, 143 permanecem em condição de normalidade; 83 em estado de atenção; 28 em alerta; e 25 em estado crítico frente a estiagem. Em relação ao boletim anterior, são 15 municípios a mais que enfrentam as situações mais graves.
Além da necessidade de medidas emergenciais de contenção dos prejuízos causados pela estiagem, ações voltadas à prevenção e segurança são fundamentais. Entretanto, muitas das ações que irão garantir um futuro mais seguro, em relação aos prejuízos provocados pela estiagem, se dão a longo prazo. De acordo com o Diretor de Recursos Hídricos e Saneamento da Sema, Leonardo Ferreira, o cidadão tem papel importante para garantir esse cenário.
“É preciso se repensar o consumo da água. Evitar banhos longos e verificar os vazamentos em suas casas, por exemplo. A preservação do meio ambiente, por meio de um consumo mais sustentável e de um descarte correto do lixo, também auxilia na preservação e recuperação de mananciais”, destaca.
Fonte: ASSESSORIA
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