Os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio com maior dificuldade de aprendizagem serão os primeiros a voltar às atividades presenciais em Santa Catarina. A esses estudantes da rede estadual, serão oferecidas aulas de reforço escolar.
A informação foi divulgada pelo secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni, na apresentação do plano de retomada das aulas presenciais, realizada na manhã desta quarta-feira (9). O objetivo do documento é preparar as instituições de ensino para o retorno seguro às escolas no Estado.
O secretário reforçou que, em princípio, os professores e colaboradores devem voltar às escolas no dia 13 de outubro, uma vez que a atual suspensão segue até o dia 12 de outubro. Na segunda-feira seguinte, dia 19 de outubro, deve ser a vez dos estudantes retornarem às salas de aula.PUBLICIDADE
O retorno, contudo, depende de dados favoráveis da pandemia da Covid-19 em Santa Catarina. A data será confirmada com cerca de 15 dias de antecedência.
Retorno gradual
Os alunos do terceiro ano do Ensino Médio da rede estadual serão os primeiros convidados a voltar às escolas, pois, segundo Uggioni, têm mais condições de seguir o regramento estabelecido pelo plano de contingência. O retorno gradual também permitirá seguir as regras de distanciamento social.
A ideia do Governo do Estado é que, a cada semana, uma nova turma volte às aulas presenciais. Começando pelo terceiro ano do Ensino Médio, depois o segundo ano e assim sucessivamente. Não há previsão, no entanto, para o retorno da educação infantil.
As aulas remotas continuarão a ser oferecidas a todos os estudantes, mesmo aqueles que retornarem às atividades presenciais.
O secretário também destacou que a volta gradual poderá ser reorganizada pelas redes de ensino municipal e privada, conforme o cenário da pandemia da Covid-19 em cada região do Estado. “Se a rede municipal ou privada entender que pode voltar todas as turmas, escalonada ou não, tudo bem, desde que siga a classificação de risco da sua região.”, disse Uggioni.
A rede municipal e a privada farão seus próprios protocolos de retomada espelhados no plano de contingência Estadual.
“Eles definirão como vai ser a retomada. Se a rede não tem Ensino Médio, a retomada será organizada a partir dos anos finais, como o nono ano. A rede particular também pode seguir a mesma referência.”, afirmou o secretário de Educação.
Aulas de reforço
Neste primeiro momento, os professores das escolas estaduais oferecerão aulas de reforço por área de conhecimento, a fim de recapitular conteúdos trabalhados ao longo do ano.
Dentre os estudantes, aqueles com mais dificuldade de aprendizagem e assimilação do conteúdo letivo terão prioridade no retorno. Uggioni disse que ainda não há como quantificar quantos estudantes irão retornar, uma vez que o chamamento será discutido nos conselhos de classe realizado pelos professores no mês de setembro.
“Não vamos obrigar ninguém a ir presencialmente, mas aqueles com mais dificuldade, vamos tratar com eles e com a família sobre a importância de frequentar o reforço pedagógico para a trajetória estudantil”, disse Uggioni.
Os estudantes com bom desempenho escolar, ainda que fora do grupo prioritário, também terão a possibilidade de participar das atividades pedagógicas presenciais, se assim desejarem.
O Estado organiza também, atividades de apoio em 2021 para os estudantes que estão, este ano, no terceiro ano do Ensino Médio, no nono ano, quinto ano e no segundo ano do Ensino Fundamental.
As atividades de reforço presenciais serão oferecidas no contraturno escolar. A ideia é conciliar o conteúdo dado em 2020 com o que será ofertado em 2021.
Educação Infantil
Os alunos da Educação Infantil das redes municipais, estaduais e privadas não têm previsão de retorno às aulas presenciais. Conforme o secretário Uggioni, as crianças são menos suscetíveis aos sintomas da Covid-19, mas são os que mais transmitem a doença.
Outra questão é a dificuldade das crianças pequenas em seguirem os protocolos de segurança estabelecidos para o retorno.
Professores
Os professores que fazem parte do grupo de risco para Covid-19 deverão permanecer com as aulas de forma remota. Com base em um diagnóstico estudantil, o Estado diz que já detém a estimativa de quantos professores serão necessários para dar conta das atividades pedagógicas presenciais, além do impacto financeiro.
De acordo com o secretário Uggioni, o Estado trabalha com duas possibilidades. A primeira é a ampliação da carga horária dos professores efetivos – fora do grupo de risco – que tiverem interesse em prestar as aulas de reforço presenciais.
A segunda é promover a chamada de professores temporários para auxiliarem nessa demanda. A capacitação dos professores será feita pela Defesa Civil Estadual.
Comitês municipais
Cada município, no decorrer de setembro, deverá reorganizar os comitês municipais de gerenciamento da Covid-19. Uma comissão será formada pelos estabelecimentos de ensino particulares, municipais, estaduais e federais, além de representantes da comunidade civil.
A comissão irá elaborar o plano de contingência próprio do munício, com aspectos específicos da região, baseado no plano estadual. A previsão é de que, no início da próxima semana, se inicie a formação das equipes escolares com o auxílio dos agentes estaduais.
Fonte: ND mais