A falta de profissionais para atuarem na UTI no Hospital Regional São Paulo, Em Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, fez com que seis respiradores e monitores ficassem guardados. Os equipamentos foram adquiridos pelo Governo de Santa Catarina junto à empresa WEG.
A situação é relatada pela direção da unidade que, desde junho, tenta contratar profissionais para ampliar o atendimento aos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Mas completar a equipe multiprofissional está sendo um desafio.
Para a reabertura de quatro novos leitos, que ocorreu na segunda-feira (13), a direção afirma que foi necessária a interdição temporária de oito leitos para pacientes particulares e de convênios.
“Mesmo diante de todas as dificuldades para a contratação de profissionais e a falta de medicamentos indispensáveis para os pacientes de UTI, fizemos uma reorganização interna, fechamos outros leitos e remanejamos a equipe de profissionais para o atendimento na UTI Covid-19″, afirmou o diretor administrativo, Fábio Lunkes.
“Sabemos que a decisão irá sobrecarregar outros setores do hospital, mas era a única alternativa viável agora”, completou.
O hospital conta com 14 leitos de UTI para tratamento de pacientes diagnosticados com a Covid-19, sendo que oito estavam ocupados nesta quarta-feira (15).
Setor afetado
Um dos setores que passou a atender com capacidade reduzida é a Urgência e Emergência para casos gerais.
“Tivemos que fechar uma unidade de observação do setor reduzindo em quase 60% a nossa capacidade de atendimento. Agora, precisamos contar com a colaboração da comunidade, especialmente a população de outros municípios, para que procurem a nossa emergência somente em casos que não podem ser resolvidos em unidades básicas de saúde, pront0-atendimentos ou hospitais locais”, explicou o diretor técnico, Mário Augusto Marques.
Segundo Fábio Lunkes, foi uma decisão tomada com objetivo de manter o compromisso do atendimento aos usuários do SUS.
“É importante destacarmos que recebemos os respiradores e monitores do Estado para a instalação desses leitos, mas os demais equipamentos e custos são suportados pelo nosso hospital”, reforçou.
Outros seis leitos
Ainda não há previsão de quando os outros seis leitos serão implantados por conta das dificuldades que persistem.
Um exemplo é a aquisição de medicamentos que são indispensáveis aos pacientes em cuidados intensivos e, também, na contratação de profissionais qualificados para o trabalho em UTI.
Para que todos os 10 leitos estejam funcionando, o hospital necessita de aproximadamente 50 pessoas. Cerca de 80% das vagas ainda não foram preenchidas.
Enquanto isso, os equipamentos estão em um depósito. “Estão guardados em um local adequado, bem armazenados. Foram testados e estão em condições de funcionar”, afirmou a diretora-geral Neusa Lucio Luiz.
O governo de Santa Catarina criou 570 novos leitos de UTI em hospitais públicos e filantrópicos desde o início da pandemia do novo coronavírus – o que representa 70% a mais da capacidade hospitalar pré-existente no Estado.
Vagas
O HRSP dispõe de vagas de médico (a), enfermeiro (a) assistencial, enfermeiro (a) trainee e técnico (a) em enfermagem.
Redistribuição de pacientes
O hospital informou que encaminhou um documento ao governo do Estado na segunda-feira pedindo a redistribuição igualitária de pacientes da Covid-19 entre os três hospitais regionais que atuam no Oeste.
A regional de Xanxerê está classificada com situação gravíssima na plataforma de Regionalização e Descentralização das ações relacionadas à contenção da pandemia em Santa Catarina.
A AMAI (Associação dos Municípios Alto Irani) diz que são 2.576 casos confirmados nos 14 municípios atendidos pela associação, sendo que 2.146 já se recuperaram e 36 pessoas morreram.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Xanxerê, são 927 casos de Covid-19 no município, sendo que 777 pacientes estão recuperados e 142 estão em tratamento. Oito pessoas morreram.
No início da semana, o prefeito de Xanxerê Avelino Menegolla (PSD) decretou novas medidas de isolamento social no município, inclusive a proibição de circulação de pessoas das 23h às 6h.
Fonte: NDMais