A estiagem no Estado já deixa 167 municípios com problemas no abastecimento urbano. Os dados foram apresentados no terceiro Boletim Hidrometeorológico Integrado, elaborado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) em conjunto com a Defesa Civil de Santa Catarina. As informações foram mostradas durante coletiva realizada pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) e pelo Centro de Monitoramento da Epagri/Ciram na quarta-feira, 29, em Florianópolis.
“Com o objetivo de monitorar a situação hídrica e antecipar ações para evitar os impactos meteorológicos, a SDE juntamente com a Defesa Civil divulgam quinzenalmente o boletim que nos dá um panorama completo e minucioso da escassez hídrica em Santa Catarina”, explica o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino.
De acordo com dados da Defesa Civil, 45 municípios já decretaram situação de emergência devido à estiagem.
Comitê Gestor da Seca
Diante da situação crítica em que se encontram algumas cidades, a Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável também integra um Grupo de Trabalho de Escassez Hídrica, com outros órgãos como Secretaria da Agricultura, Epagri, Defesa Civil de Santa Catarina, Casan, Polícia Militar Ambiental, Instituto do Meio Ambiente, Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) e Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris), Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e Fórum Catarinense dos Comitês de Bacia para que, com base nos dados de monitoramento, possam promover ações emergências.
Entre as medidas para garantir o abastecimento público, a SDE deve autorizar que prefeituras possam captar água em regras e critérios de urgência. Também deverá restringir as atividades que configuram desperdício para auxiliar o enfrentamento à estiagem. Outra medida foi a publicação de uma resolução que flexibiliza as solicitações de autorização prévia para perfuração de poços, destinados ao consumo humano, ao abastecimento público e à criação animal. A medida é válida enquanto houver redução no nível de chuva.
Para o secretário-executivo do Meio Ambiente (SEMA), órgão ligado à SDE, Leonardo Ferreira, é necessário conscientizar a população sobre o uso da água. “Mais do que nunca, é preciso mudar a forma com que usamos e cuidamos dos nossos recursos hídricos, tão essenciais para a vida”, destaca.
Acumulados de chuva em déficit
Conforme a análise da precipitação observada no boletim durante o período de 01 a 26 de abril, os acumulados de chuva estão abaixo da média em todo o Estado. A previsão para os próximos 15 dias mostra condição de chuva mal distribuída e insuficiente para normalizar o abastecimento. De acordo com a meteorologista Maria Laura Rodrigues, da Epagri/Ciram, Santa Catarina tem um déficit de chuva desde do ano passado, que chega a 600 milímetros. “Março e abril foram os períodos mais críticos. Com exceção de Joinville e Garuva, o restante das cidades teve índices abaixo da média nos últimos 10 meses”, alerta.
Com a falta de chuva, a situação dos rios se agravou. Informações de abastecimento levantadas pelas agências reguladoras Aris e Aresc demostram que dentre os municípios catarinenses, 60 apontam normalidade (rio e abastecimento normal), 120 pedem atenção (rio e/ou abastecimento prejudicado), 27 exigem alerta (captação reduzida com realização de manobras pela concessionária), e 20 estão em estado crítico (rio em condição crítica com realização de rodízio, intervenções e ajuda pela concessionária para a captação). É importante ressaltar que das 295 cidades, 227 responderam aos questionamentos das agências.
Municípios críticos
Em relação ao boletim anterior, houve um aumento de 53% na quantidade de municípios em estado de atenção. Desta forma, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável recomenda a adoção de medidas de prevenção e redução do impacto da estiagem, bem como o uso racional e consciente da água durante esse período.
O Boletim Hidrometeorológico Integrado em sua terceira edição, que conta com o apoio das agências reguladoras Aris e Aresc, tem como objetivo apresentar as condições hidrológicas de Santa Catarina e avaliar os impactos no abastecimento urbano dos municípios catarinenses.
Fonte: Secom